O "Arcane" se passa no início dos anos 1980, em um mundo onde algumas das principais figuras conhecidas não existiram. Bruxos das Trevas são rapidamente contidos pelas autoridades que adotam uma política de tolerância zero ao uso das Artes das Trevas, e alguns bruxos e bruxas ainda se mostram vigorosamente contra a imposição do Estatuto Internacional do Sigilo em Magia. Contudo, protestos antes pontuais acabam se tornando uma preocupação, especialmente após um linchamento público injusto ocorrer com um bruxo. O novo Ministro da Magia, Faustis D’Abo, gera divisões: alguns o criticam por sua falta de ação frente aos protestos, enquanto outros defendem sua abordagem de reprimir os conflitos e recomeçar.
Vagão das Serpentes
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Aproveite para se divertir com os doces e salgados! Se desejar, coloque suas malas nos bagageiros do vagão e corra para pegar os assentos que há mesas dobráveis junto com elas.
Assim que nos aproximamos da plataforma, ouvimos um tumulto à frente. Antes que pudéssemos entender o que estava acontecendo, uma criatura azul passou voando por nós e depois várias outras. O expresso estava infestado com diabretes. Ao ver a cena, minha primeira reação foi de incredulidade: – Você está brincando comigo. – Murmurei, olhando para Eva: – Diabretes da Cornualha? No expresso? Que palhaçada! – Eva, que estava ao meu lado, tinha uma expressão de frustração: – Isso é um pesadelo. – Ela disse secamente, desviando de um diabrete que passou voando perto de sua cabeça: – O que vamos fazer? O trem está prestes a partir!
Por um momento, eu considerei a ideia de simplesmente me esconder e deixar os diabretes causarem seu caos. Mas não, isso não era uma opção. Eu não ia deixar uma horda de diabretes arruinar o início do nosso ano letivo. Puxei minha varinha, determinada a não deixar que aqueles pequenos demônios levassem a melhor: – Eva, hora de mostrar a esses diabretes quem manda. – Eu disse, minha confiança crescendo: – Lembre-se: nunca subestime uma sonserina. – Eva me olhou com um misto de ceticismo e incredulidade: –Você é mesmo louca, sabia? – Sorri para ela, levantando a varinha: – Loucura é subestimar a diversão. – Repliquei, enquanto apontava a varinha para o diabrete mais próximo: – Petrificus Totalus!
O feitiço acertou o diabrete em cheio, e ele caiu no chão, paralisado. Um sorriso satisfeito apareceu no meu rosto: – Um a menos, centenas a mais. – Murmurei. Eu e Eva começamos a nos movimentar pelo expresso, usando nossas varinhas para tentar conter o caos. Outros alunos também estavam tentando lidar com os diabretes, alguns com mais sucesso que outros.
– Aviso à navegação, pessoal. – Gritei para os alunos ao nosso redor: – Vamos trabalhar juntos. Bloqueiem as portas dos compartimentos, façam barreiras. Não deixem esses diabretes terem o controle. – Eva estava ao meu lado, usando feitiços de defesa para proteger os alunos que estavam sendo atacados.
Logo com a ajuda de vários alunos, conseguimos minimizar o caos causado pelos diabretes. Quando o expresso finalmente começou a se mover, um alívio tomou conta de mim: – Conseguimos. – Disse Eva, respirando fundo: – Eu não acredito que realmente conseguimos. – Esbocei um sorriso cansado: – Claro que sim. – Respondi, tentando recuperar o fôlego: – Afinal, não há como uma horda de diabretes da Cornualha nos deter. – Eu ri, enquanto nos acomodávamos no compartimento.
Há algo dentro de Astrid, talvez herdado desde pequena com o pai, que valoriza a coragem... ou talvez só tenha aprendido que é importante não fugir dos próprios desastres. E não estou dizendo que essa tal coragem é o mesmo que não sentir medo. Na verdade, é mais sobre sentir medo, perceber o desastre e ainda assim enfrentar o mundo. Se perder, tudo bem. Ainda será uma pessoa corajosa apenas por ter tentado.
Sim, Astrid era uma boa pessoa. Estava na terra para falar de luz, amor.
- Com certeza você vem sempre aqui, mas eu, bom, eu sou nova. – disse, abandonando momentaneamente a batalha para fazer uma nova amiga. Sentou-se à frente da garota. Hope era muito linda, parecia uma boneca. Astrid imaginou Hope acordando todo dia com o cabelo perfeito, nesse humor:
- Bom, eu não nego uma boa luta. – disse Astrid, seu sotaque dinamarquês se destacando cada vez mais. – Mas quem será que soltou aquelas pestinhas? – perguntou, olhando para a porta do vagão, onde um diabrete passou correndo. Ela deu uma risadinha da cena. Tão fofos e tão diabólicos. Olhou para Hope: - Meu nome é Astrid. E você deve ser a...?
Ela arqueou a sobrancelha, curiosa, como se esperasse que Hope revelasse ser uma princesa disfarçada ou, quem sabe, uma estilista de cabelo disposta a salvar sua situação.