Arcane
Harry Potter RPG
Bem-vindo ao Arcane Outono, 1980
Ambientação

O "Arcane" se passa no início dos anos 1980, em um mundo onde algumas das principais figuras conhecidas não existiram. Bruxos das Trevas são rapidamente contidos pelas autoridades que adotam uma política de tolerância zero ao uso das Artes das Trevas, e alguns bruxos e bruxas ainda se mostram vigorosamente contra a imposição do Estatuto Internacional do Sigilo em Magia. Contudo, protestos antes pontuais acabam se tornando uma preocupação, especialmente após um linchamento público injusto ocorrer com um bruxo. O novo Ministro da Magia, Faustis D’Abo, gera divisões: alguns o criticam por sua falta de ação frente aos protestos, enquanto outros defendem sua abordagem de reprimir os conflitos e recomeçar.

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Créditos

A skin foi criada por Ross, usando FontAwesome para os ícones e a animação de kaizhelam para o fundo estrelado. O Arcane foi criado e construído por nossa staff. Todos os nossos sistemas, descrições de habilidades e descrições de tópicos foram criados por Carolzoka e Dune. Os códigos oficiais do RPG (postagens, entre outros) foram criados exclusivamente para o Arcane por Dune. As imagens usadas em todos os tópicos foram obtidas no Google Imagens e Flaticon. Os ícones dos traços foram criados por talentosos designers: noomtah, becris, freepik, culmbio, canticons, wichai.wi, mikan933, sumitsaengtong, smashicons, muh zakaria e leremy, e os ícones comuns utilizados em tópicos foram criados por cappuccicons, saturn, honeybee e game-icons.

Vagão dos Texugos

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Evan Azadritch
Sitara Hosseini
Aryan Hosseini
Agnes Korfali Amundsen
Dante Krauczuk
Kurt Paege Slynt
Elizabeth S. Burns
Arcanum
12 participantes

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Arcanum
Administrador(a)
Vagão dos Texugos
Alguém está a fim de viajar? Todos os vagões de trens seguem o mesmo padrão, com assentos dispostos em fileiras e cada vagão é separado por uma cabine, ou seja, se você for de Lufa-Lufa, logo você terá que ficar apenas no seu vagão para não tomar um esporro dos superiores!

Aproveite para se divertir com os doces e salgados! Se desejar, coloque suas malas nos bagageiros do vagão e corra para pegar os assentos que há mesas dobráveis junto com elas.
Elizabeth S. Burns
Lufa-Lufa

So what if you can see the darkest side of me? No one would ever change this animal I have become...

ㅤㅤ"Não acha que está muito cedo? Pelo menos tome o café com calma..." Seu tio insistiu, fazendo-a suspirar pesadamente. Os olhos cor de esmeralda, que geralmente brilhavam com a ideia de retornar ao castelo e vivenciar novas aventuras, carregavam naquela manhã o peso de uma noite em claro. Elizabeth iniciaria seu quarto ano em Hogwarts, e por dias ela esperou ansiosamente para regressar ao castelo que considerava seu verdadeiro lar. Contudo, nas vésperas de seu embarque, a lufana teve uma surpresinha... Um encontro nada agradável com a genitora. O abismo entre as duas parecia ainda maior que antes, e a aceitação que costumava almejar havia se tornado quase nula.
 
ㅤㅤEmbora a ruiva se empenhasse para não demonstrar o incômodo ou fingir indiferença, a rejeição doía. E mesmo com todo o esforço depositado - que por vezes beirava a dissimulação -, a jovem Burns ainda não havia aprendido a lidar com aqueles sentimentos. No final, o resultado era quase sempre o mesmo. Mais uma noite em claro, encarando o teto do quarto, martelando incessantemente as palavras cortantes que sua mãe lhe dissera. Mas dessa vez, a tentativa de pegar no sono beirava a tortura. Cada vez que fechava os olhos, as lembranças daquela noite - que a quartanista tanto tentava esquecer - voltavam a visitá-la. Nelas, a garota se deparava com a figura de Daryl Burns... O corpo do falecido pai, já sem vida, pendurado pelo pescoço sobre o teto do antigo escritório.
 
ㅤㅤApesar das inúmeras tentivas de Darrien em estabelecer algum tipo de contato, Elizabeth recusou cada uma delas, tornando o caminho até a Estação de King's Cross ainda mais silencioso. Ao chegar na plataforma 9¾, respirou fundo antes de voltar a encará-lo. — Está tudo bem, tio... Só estou um pouco aérea, pois não dormi muito bem na noite passada. — Mentiu descaradamente, antes de desferir um abraço de despedida no mais velho e atravessar a barreira mágica que dividia as plataformas nove e dez. A jovem bruxa chegou mais cedo que o habitual na plataforma, buscando um momento de calma antes do tumulto que viria a enfrentar. Sentada em um dos bancos que ali haviam, ela observava os vendedores e demais funcionários que chegavam para mais um dia de trabalho.
 
ㅤㅤAos poucos, o silêncio no local era substituído pela agitação dos alunos - ansiosos para mais um ano letivo - e a movimentação que fazia a plataforma ganhar vida. Em outros tempos, Elizabeth seria uma dessas alunas. Mas hoje, o retorno que costumava ser tão aguardado por ela não despertou nenhum tipo de empolgação. Seu semblante, normalmente tão animado, agora refletia uma profunda melancolia. Elizabeth nunca foi do tipo solitária, pelo contrário, era comum vê-la rodeada por amigos ou companheiros de casa, mas sabia que ainda não estava pronta para enfrentar os olhares dos colegas, muito menos para fingir normalidade enquanto aquela dor a consumia. Por esse motivo, a lufana sequer combinou de se encontrar com algum dos amigos naquela manhã, optando em passar as primeiras horas sozinha, curtindo a própria companhia, sem precisar forçar simpatia ou fingir sorrisos. Já estava presa em um emaranhado de mentiras e segredos, não precisava aumentá-lo.

ㅤㅤAo adentrar no vagão da Lufa-lufa, a primeira coisa que Nellie fez foi buscar refúgio em uma das cabines que havia ao fundo, ciente de que costumavam ficar mais vazias. Após guardar a mala, sentou-se no banco que ali havia e retirou um pequeno cantil de dentro de sua capa. Abriu a tampa, levando-o até os lábios emoldurados pelo mesmo batom vermelho de sempre, bebericando o líquido com urgência, aproveitando as sensações proporcionadas por ele. Só mesmo um pouco de Whisky de Fogo para fazê-la relaxar um pouco, concluiu a ruiva. Se fosse pega, ao menos valeria a pena. Na medida em que o líquido descia queimando por sua garganta, Elizabeth se sentia mais à vontade. Mais alegrinha, como gostava de dizer. Por isso, quando a primeira criatura azul passou de relance pelo corredor, não se importou muito, cogitando que fosse algum efeito da bebida, acreditando que talvez tivesse ingerido além do esperado. Mas quando os gritos se iniciaram, despertando a atenção da quartanista, a ruiva livrou-se do cantil. Rapidamente se pôs de pé, sacando a varinha e abrindo a porta da cabine para ver o que estava ocorrendo. Foi surpreendida por um dos pequeninos, que se jogou contra ela, mas foi arremessado na mesma velocidade que chegou.

ㅤㅤParada no corredor, empunhando a varinha feita de salgueiro, se deparou com outro, e outro, e outro... Até entender que o vagão estava uma loucura, completamente infestado por Diabretes da Cornualha. As criaturinhas saltitavam de um lado para o outro, puxando o cabelo e a orelha de alguns discentes. — Que karma filha da puta! — Resmungou a ruiva, enquanto se aproximava. Não havia tempo para sofrência pelo visto, precisava entrar em ação. Sem pestanejar, apontou para um deles e realizou o movimento necessário com a varinha. — Immobilus! — Bradou a ruiva, paralisando um deles. Poderia estuporá-los, seria mais fácil... Mas apesar da pose de durona, era incapaz de feri-los. Ter se tornado uma lobisomem fez com que enxergasse com mais respeito a presença dos demais seres e criaturas que faziam parte do mundo bruxo. Só feria algum deles em casos extremos, quando realmente não possuía outra opção.
EVENTO: Embarque do Expresso de Hogwarts. INTERAÇÃO COM: Kurt Paege Slynt.



Kurt Paege Slynt
Sonserina

Vagão dos Texugos PA09RMZ


Expresso de Hogwarts, Escócia. 1980.

  — Porra, ninguém me diz o que fazer. — Bradou Kurt, assim que lhe fora informado, por um dos monitores, sobre a necessidade de permanecer em algum dos vagões destinados a sua Casa.

  De fato, ninguém lhe dizia o que fazer. Muitos usariam o mantra centenário que narra “entrar por um ouvido e sair pelo outro” como método de descrição comportamental para o mais jovem Slynt. Mas a verdade é que ele não restringia suas energias ao fazer sempre o exato oposto daquilo que lhe requeriam. Era o seu estilo de vida, por assim dizer. Com isso em mente, Kurt mobilizou-se para além dos vagões que lhe diziam respeito, indiferente a qual Casa eles pertenciam. Sabia, apenas, que não se tratavam dos vagões da Sonserina e, para tanto, já estava satisfeito.

  Já no interior da comitiva, assim que atravessara a porta corrediça que possibilitava o tráfego no interior do vagão, Slynt esticou o pescoço para além da janela lateral. Não esperava visualizar seus responsáveis, como era de costume entre a maioria dos alunos, já que chegara à plataforma desacompanhado — nenhuma novidade. Ele encarava o entremeio dos vagões na tentativa de encontrar seu companheiro Ozzy, e tão logo vislumbrou seu corvo de estimação posto acima do arcabouço da comitiva, aguardando a saída. O comportamento da ave não lhe cabia a possibilidade de viajar até Hogwarts confinada em uma gaiola — e seu dono, compreendendo a personalidade de seu animal, o permitia acompanhar o trem pelo lado de fora. Nesse quesito os dois se entendiam, eram até parecidos de certa forma. Afinal, se Kurt fosse um corvo, ele também odiaria gaiolas.

  Retardando agora seu foco para o interior do vagão, buscou encontrar alguma cabine livre onde poderia acomodar-se. Teve de atravessar basicamente todo o estreito corredor até que alcançasse o último compartimento do vagão; este completamente vazio. Suas malas foram desordenadamente arranjadas nos apoios superiores, exceto por uma menor que Kurt utilizara para bloquear a abertura da porta da cabine e garantir que fizesse aquela travessia sem importunações. Seu último desejo era passar horas num trem acompanhado por outros adolescentes ainda mais chatos do que ele — por mais impossível que tal possibilidade pudesse soar. Era comum que não medisse seus esforços para permanecer completamente sozinho, ainda que fosse mais comum o empenho ferrenho exercido na tentativa de desagradar aqueles que acabavam se aproximando demais, mesmo que por completo acaso.

  Assim que a locomotiva partiu da estação, Kurt ajeitou-se no apoio lateral da poltrona, procurando uma posição que o permitisse descansar. Mas seu descanso foi, lamentavelmente, interrompido antes do esperado. No meio do trajeto, despertou sob o escarcéu promovido pelos alunos mediante gritos eufóricos e desnorteados. Slynt levantou-se do assento e olhou através das vidraças da cabine; os estudantes corriam desgovernadamente. Foi apenas naquele momento em que ele se deu conta de que havia se enfiado no vagão dos lufanos, para variar. Que azar… Do lado de fora do vagão, sobrevoando baixo e ao lado da janela da cabine, Ozzy crocitava em alerta; outro indício de que alguma coisa fora do comum estava acontecendo. Kurt retirou-se da cabine esperando ter alguma dimensão do que se passava no vagão entre os alunos, movido apenas pela própria curiosidade e não por vontade de solucionar o ocorrido.

  No corredor, deparou-se com a razão para tanta euforia quando uma criatura azulada voadora atravessou os ares na sua adjacência. No instante seguinte, mais uma passou ao seu lado. E outra, em seguida, mais uma. Quando se deu conta, Kurt notou que todo o vagão estava infestado com monstrinhos que pareciam com os Diabretes da Cornualha de que ele já havia ouvido falar em Hogwarts. No primeiro momento, todos eles pareciam ignorar por completo a existência do garoto quando alvejavam somente os lufanos com suas travessuras. Ainda assim, não tardou para que um dos diabretes voltasse toda a sua atenção para o Slynt. Na ocasião, Kurt não hesitou em conter a pequena criatura com uma das mãos, sentindo-a arranhá-lo como se tentasse livrar-se do agarrão.

  — Sai fora, bicho esquisito do caralho! — Ele utilizou a mão que estava livre para abrir lateralmente uma das janelas. Depois, livrou-se do pequeno diabrete que agarrava ao arremessá-lo para o lado de fora do vagão, indiferente com o que poderia acontecer ao animal.

  Um engano terrível por parte do jovem bruxo. Não demorou para que os demais diabretes no vagão ficassem furiosos com a ação de Slynt. No curto intervalo de apenas alguns segundos, uma enxurrada de diabretes mobilizou-se na direção da serpente invasora. Havia dezenas deles sobrevoando o entorno de Kurt, puxando o cabelo do garoto e esticando suas vestimentas; ações comuns para aquelas pestinhas voadoras. Ainda que não o machucassem apropriadamente, apenas a maneira como infernavam o sonserino já era o suficiente para que ele perdesse a paciência e desejasse matar todos no interior do vagão.

  Mas a algazarra era tanta que Kurt sequer conseguia alcançar a varinha que estava no bolso interno da sua jaqueta para se defender. Pior ainda, era fato que se tentasse alcançar o artefato mágico com tantos diabretes no seu entorno, alguns deles iria acabar roubando-lhe a varinha no ato.

  Diante do alvoroço, a verdade era que Kurt não sabia o que fazer.
Dante Krauczuk
Sonserina
Think of all the luck you got
Vê-la entrar pelo vagão sonserino era como observar um pequeno camundongo ir diretamente para um ninho de serpentes.

Tudo bem que Dante sabia dos curtos riscos… corvinos eram águias, sonserinos serpentes. E se fossemos levar em consideração a cadeia alimentar, Dior estava segura…

E ele?

Dante caminhava astuto. Tentou não transparecer aquele seu jeitão meio babaca, embora ele não fosse e isso tudo apenas se tratasse de uma camada. É, necessário fingir um pouco de vez em quando, por bons motivos.

Seu cabelo estava maior do que costumava. Mas, era um tipo de mullet… mesmo que não muito esclarecedor. Não se deu o trabalho de retirar o piercing da sobrancelha, isso já era um disfarce demais.

Passou facilmente por entre os lufanos. Eram tão baixinhos e pequenos, mas tinham cara de que podiam bater em qualquer um sem nenhum problema. Algum dia, alguém disse… lufanos não são apenas namaste e paz e amor, certo?

Dante enfiava seu enorme corpo para dentro das cabines sem nenhuma preocupação, procurando apenas uma pessoa em específico. "Vocês." Ele diz com sua postura ereta e comicamente séria. Dante era alto, causava um certo medinho. "Viram a Olivia?" E eles negavam, sem dizer uma palavra. Dante sorri rapidamente e continua a procurá-la, até que a encontra.

Era impossível confundir seu enorme cabelo dourado…

"E aí." Dante toca fortemente o ombro de um rapaz que parecia incomodá-la, ou talvez fossem amigos, mas ele não ligava. "Vocês podem me dar licencinha?" Seu tom era educado, mas um pouco ameaçador.

O garoto grunhiu, tocou a mão de Dante e com muita força, ele retirou os dedos dele do ombro. "Oh, foi mal, cara!" Pediu, jogando os braços para trás enquanto observava os demais saírem dali.

Então finalmente seus olhos encontraram os dela…

Dante sente um borbulhar em seu peito ao mesmo tempo em que seus dedos suavam frio. Ah, ele gostava muito da sensação de estar de frente para Olivia, mas sentia-se terrivelmente nervoso. Ela tinha mesmo fugido dele após saber de seu nome? Tinha coisa aí, só podia ser.

"Eu… não sei se devia vir aqui, mas preferi correr o risco." Sentiu o solavanco da locomotiva que engrenou. Olivia pareceu se desequilibrar e ele rapidamente agiu; contornou a cintura da loira, apertando os dedos contra a pele por cima da roupa.

"Olha, tô começando a ficar acostumado a te segurar assim." Diz sorrindo para ela, soltando seu corpo mesmo que no fundo não quisesse. "Somos colegas de casa por agora. Aceita conversar comigo?" Indicava a cabine vazia.
with olivia montclaire • apenas com ela
Agnes Korfali Amundsen
Lufa-Lufa
SilentWhispersRemember that happiness is a way of travel, it's not a destination.
Curabitur lacus lacus, elementum sed dolor nec, auctor ornare mi.Seus olhos fitavam o chão, segurando suas malas, com a mão e seu corvo em seu ombro, e seus olhos marejados para sua tia, fazia tempo que havia recebido uma carta de seu pai dizendo que sentia saudades e se arrependeu por perder tanto tempo longe de sua filha, sua mãe também escreveu embaixo da mesma forma. Algo dentro dela a fez sentir-se amada de novo, mas nada podia apagar a dor da separação de viver longe deles.

Sua tia se despediu de Agnes, que abraçou, vendo a mesma segundando uma maleta, e um corvo em seu ombro. Nada lhe doía mais do que se separar de quem a fazia mais feliz, sua tia divorciada e sem filhos. Olhava o trem vermelho na esperança de conseguir se encontrar naquela loucura de multidão, apenar de saber que um dia voltaria. Olhou uma última vez e deu um beijo em sua tia e foi até a porta do trem e foi adentro em busca de alguma cabine fazia. Lá era apertado, cheio de pessoas sorrindo.

Magia fluindo, pasquim e o carrinho de doces, conversas calorosas, sorrisos, e truques novos com varinhas. Podia olhar cada cabine com uma certa insegurança ao ver alunos novos, velhos e veteranos, que logo sairiam dali. Todos se perguntavam como seria esse ano. Então adentrar na cabine ficou ansiosa para saber se veria sua amiga, ou apenas ficaria ali olhando a janela. Começava a chover e as gotículas de água embaçavam a janela, o barulho do trem que saía e se manifestava de alguma forma, para dizer que não deixaria ninguém para trás.


A jovem lufana olhava novamente sua bolsa para ver se não havia esquecido nada, abanou uma última vez para sua tia, e acabou vendo a sumir diante de seus olhos e olhou na esperança que novas coisas aconteceriam em sua vida. Olhou o livro de poções ansiosa para ver o que aprenderia, e ficou nervosa ao abrir do de herbologia.
CIARAN
Elizabeth S. Burns
Lufa-Lufa

So what if you can see the darkest side of me? No one would ever change this animal I have become...

ㅤㅤApesar do foco em livrar-me dos inúmeros ataques, passando minutos seguidos imobilizando mais criaturas azuis que o esperado. Quando o som da janela se abrindo ecoou pelo recinto, minha atenção foi atraída. Meus orbes esverdeados pairaram por Slynt bem a tempo de vê-lo arremessar um deles para fora do trem, o que me fez instantaneamente mudar a direção da varinha feita de salgueiro, apontando-a para o sonserino. Não o conhecia bem, somente de vista. Sabia seu nome, já que fazíamos aulas juntos desde o primeiro ano, mas ainda assim, aqueles segundos foram o bastante para que eu o achasse um babaca.

ㅤㅤTalvez estivesse levando mais para o pessoal do que deveria. Mas vê-lo agir daquela forma tão fria com a criatura, me fez pensar o que ele faria se soubesse o tipo de monstro que eu era. — O que pensa que está fazendo? Você enlouqueceu? — Esbravejei para o rapaz, claramente incomodada pela forma como ele havia agido. E pelo visto não fui a única, já que as criaturas azuladas me deram uma trégua, optando por irem em bando para cima do outro bruxo.

 ㅤㅤEnquanto observava a quantidade anormal de diabretes, só conseguia pensar no óbvio: Havia algum culpado naquele trem. Não conseguia ver como uma casualidade ou ironia do destino. Provavelmente alguém os capturou e depois permitiu que eles ficassem soltos pelo trem, o que claramente era insano. — São apenas seres inofensivos, Slynt... Não seja um cuzão! — Acrescentei, como se explicasse algo para uma criança. E de fato, sonserinos em alguns momentos pareciam necessitar de boas maneiras. Para sorte de Kurt, eu era boa em domesticá-los.
 
ㅤㅤNo fundo, eu até me identificava com os pequeninos. Adorava brincar e pentelhar as pessoas, era algo divertido. Apesar disso, quando as coisas foram se intensificando e as pestinhas o puxavam pelas vestes, decidiu intervir. — Espero não me arrepender por isso... — Resmunguei, antes de lançar um Immobilus na direção de um deles, tentando auxiliar o rapaz. Talvez fosse a primeira vez, em anos, que eu me via ajudando algum sonserino que não fosse Montague. Geralmente eu faria o papel dos diabretes da Cornualha, puxando o cabelo ou destilando veneno com minhas falas ácidas.

  Aos poucos, a situação se amenizava. Ciente de que Kurt se tornou um dos principais alvos do vagão, fiz o que pareceu mais sábio: O puxei para dentro da cabine, trancando-o junto comigo. — Pode relaxar agora... Está mais vermelho que os meus cabelos. Vai acabar entrando em combustão e explodindo desse jeito... — Proferi em um tom zombeteiro, exibindo um sorriso acintoso antes de prosseguir com meus dizeres. — Nada contra, um sonserino a menos até soa agradável... Mas já tive estresse o suficiente para uma semana. —  Deixei claro, dando de ombros, enquanto me sentava em um dos bancos que ali haviam.
 
  — E eu achando que iria comer um docinho agora e curtir minha viagem tranquila... — Comentei, um pouco menos ácida. Quase amigável. Imobilizaria uns vinte diabretes só para comer um chocolate naquele momento. Uma risada escapou dos meus lábios ao pensar que até quando eu pensava que teria paz, eu conseguia me lascar. Era como um imã de merdas, disso eu não tinha dúvidas. E para completar, estava ficando com fome. A última coisa que pensei é que terminaria a manhã assim, trancafiada com um projeto de Salazar Sonserina sem ter um snack para a viagem.
EVENTO: EMBARQUE DO EXPRESSO DE HOGWARTS.ㅤINTERAÇÃO: KURT PAEGE SLYNT.



Kurt Paege Slynt
Sonserina

Vagão dos Texugos PA09RMZ


  Kurt, entremeio a balbúrdia de diabretes que esvoaçavam ao seu redor, debruçou-se contra a lateral do vagão enquanto decorria ambos os braços contra as criaturas, numa clara tentativa desesperada de afastá-las. Talvez lhe faltasse o fulgor necessário para lidar com tantos diabretes simultaneamente, mas fato era que, mentalmente, sua criatividade era mais que suficiente para idealizar uma vingança extremamente torturante contra o responsável pela confusão. E, como já era de praxe, Slynt utilizava daquele momento de desordem para exercer sua monótona autocrítica mental, intrínseca ao garoto que mais parecia um ímã para situações desagradáveis, porém evitáveis. “Porra, tu foi se enfiar logo no vagão da Lufa-Lufa? Duvido que uma merda assim aconteceria no nosso vagão!” Kurt estava tão desorientado diante do caos das criaturas e das críticas da própria consciência que sequer notou a garota lufana lhe dizendo algo em meio à confusão.

  — Immobilus!Elizabeth Burns. Como a salvadora da pátria que concedia ao garoto o intervalo necessário para fisgar sua varinha dentro da jaqueta e proteger-se dos diabretes por conta própria.

  Kurt não se recordaria da última vez em que trocou mais que duas palavras com a garota, ainda que tivesse realmente acontecido — o que não era o caso. Ele reconhecia a lufana de emaranhados escarlates devido aos últimos anos passados em Hogwarts, uma vez que chegaram juntos à escola. Lembrava-se vagamente de tê-la visto em algumas aulas, mas nunca fizera muito além de manter o nome dela em sua memória. Mas nada daquilo parecia verdadeiramente relevante agora, que estavam tendo um primeiro contato — e um que ele certamente não iria se esquecer. Kurt jamais se imaginaria conversando com Elizabeth sob qualquer circunstância que fosse, ainda mais em uma tão caótica como aquela. Pior ainda, não conseguiria pensar numa razão que justificasse a lufana apoiá-lo contra os diabretes da forma que ela fez.

  Ele mesmo não a ajudaria se a situação fosse o contrário.

  A serpente permitiu-se ser praticamente arrastada pela lufana para dentro da cabine, já longe do escarcéu dos diabretes e quando a situação, aos poucos, se estabilizava. Fora do alcance das criaturas, tentou ajustar suas vestimentas enquanto rebatia os palmos contra sua jaqueta, limpando-se de toda a sujeira causada pelos monstrinhos celestes. Enquanto o fazia, atentou-se as provocações da garota que satirizava a cena protagonizada por Slynt, mas ele não parecia, eu seu semblante, muito satisfeito com as implicâncias da lufana.

  — Não me enche, Burns. — Kurt resmungou, voltando-se para um dos assentos livres no interior da cabine. — Eu nem precisava da sua ajuda.

  E ele claramente precisava, apenas não iria admitir nem se sua vida dependesse disso. Agora, dividindo o curto espaço da cabine com Elizabeth, imaginava o que mais poderia acontecer para que a travessia até Hogwarts piorasse ainda mais. Isto é, se ela realmente poderia piorar de alguma forma. Novamente, arrependia-se por não ter dado ouvidos à ordem do monitor, tudo teria sido diferente se estivesse em seu devido vagão.

  — Vocês são estranhos. — Ele quebrou o silêncio no interior da cabine, direcionando sua fala à Elizabeth e referindo-se à Casa cuja garota pertencia. — Se eu soubesse que esse vagão era assim, eu teria ido em outro.
Elizabeth S. Burns
Lufa-Lufa

So what if you can see the darkest side of me? No one would ever change this animal I have become...

ㅤㅤCaos e turbulência eram elementos intrínsecos à minha existência. Por isso, meu primeiro contato com Kurt não poderia ter sido diferente. No fundo, eu sabia que o sonserino nunca agiria da mesma forma se estivéssemos em posições invertidas. Na verdade, o rapaz provavelmente se deleitaria com tal situação. No entanto, um senso de justiça fervilhava em meu íntimo. Mas diferente dos demais lufanos, a minha visão sobre ser justo era peculiar em alguns momentos. Eu era incapaz de deixá-lo sofrendo ali... Se não tivesse a certeza de que ele merecia aquilo. Mas algo me dizia que logo eu teria as respostas para as perguntas que rondavam a minha mente.
 
ㅤㅤEnquanto o rapaz se arrumava, suspirei, perplexa com o quão engomadinho algumas pessoas conseguiam ser. O mundo lá fora desmoronando e sua prioridade eram as vestimentas? Tão... superficial. Típico de sonserino, conclui mentalmente, permitindo-me formar uma opinião prévia a respeito do meu colega de classe. — Oras... Eu nem comecei, Slynt. — Retruquei, exibindo um sorriso perspicaz. Se ele buscava paz, aquele vagão definitivamente não era o lugar certo. Especialmente após suas palavras, que evidenciavam a arrogância que o caracterizava.
   
ㅤㅤGostaria de dizer que me surpreendi ao me deparar com alguém tão insuportável, mas de um sonserino não esperava nada de positivo, embora tivesse feito um esforço para ser relativamente amistosa naquela cabine. Enquanto Kut desferia batidas sobre suas vestes, meus olhos verdes o fitavam de soslaio, analisando-o de forma discreta. A forma como ele se preparava fez com que eu lembrasse de um gato, se ajeitando elegantemente, prestes a dar o bote. — Lembrarei disso na próxima. Só não adianta suplicar depois, viu... — Adverti Slynt, retomando o mesmo tom mordaz de antes. Puro sarcasmo, como se assim pudesse ensinar etiqueta ao rapaz.
 
ㅤㅤMe peguei almejando estar em qualquer outro lugar daquele trem. Eu ansiava simplesmente por abrir a porta e escapar daquela cabine, mas a mera ideia de enfrentar aquelas criaturas já me deixava exausta. Por isso, apesar do desejo, sair dali não era uma opção. Inspirei profundamente, buscando recuperar a compostura e controlar os nervos à flor da pele. — As melhores pessoas são. — Retorqui, não aceitando em silêncio o que ele dizia sobre minha casa e seus estudantes. — Aposto que se fosse no seu vagão, você estaria sendo atacado até agora. —  Declarei, convicta do que dizia. Não conseguia enxergar os seguidores de Salazar Slytherin se preocupando com o bem-estar alheio ou se arriscando por algo que não fosse para benefício próprio.
 
ㅤㅤPor um breve momento, considerei sugerir uma trégua, mas sabia que o rapaz não daria o braço à torcer. E eu não queria sair por baixo ou dar munição para o sonserino destilar seu veneno com mais propriedade. Uma das coisas que aprendi com a vida era não exibir as minhas fraquezas, motivo pelo qual fazia questão de manter os muros levantados. Não gostava nem de imaginar alguém como Kurt ciente da licantropia que corria em minhas veias. Tentei afastar aquele turbilhão de pensamentos da minha mente, mantendo a pose de encrenqueira que alguns já conheciam. — Ainda estou esperando o meu agradecimento. — Ironizei, encarando-o firmemente com um sorriso sarcástico que deixava claro meu propósito: iria provocá-lo incessantemente até que descesse de seu pedestal. Se ele não sabia ser cortês, aprenderia durante essa viagem.
EVENTO: EMBARQUE DO EXPRESSO DE HOGWARTS.ㅤINTERAÇÃO: KURT PAEGE SLYNT.



Aryan Hosseini
Lufa-Lufa
BREEZE
“É como, você sabe—tipo, eu nem imaginava que sapos de chocolate fossem tão deliciosos! Como isso é possível?" Aryan gagueja enquanto mastiga um grande pedaço de chocolate que sua irmã lhe deu. Ele frequentemente esquecia o quanto o país em que estava agora era diferente do seu. Não que isso fosse ruim! De jeito nenhum — só de pensar nisso ele sentia algo ferver dentro dele —, mas geralmente ele estava acostumado a comer chocolate com amêndoas ou um pavê bem azedo de limão e açúcar. E para a curiosidade alheia, ambos são deliciosos, ok?

Ah, é verdade. Aryan e Sitara não são novos alunos de Hogwarts. Na verdade, eles começaram a estudar lá no ano passado. Houve toda uma situação envolvendo seus pais, mas, de certa forma, Aryan estava feliz por estudar em uma escola onde realmente conseguiu fazer amigos. Falando em escola, ele está ansioso pelo banquete e toda aquela deliciosa comida servida aos alunos como sempre ocorre todo ano. Mas para que isso acontecesse logo, ele teria que esperar que sua irmã conseguisse carregar três malas cheias de roupas e livros pela estação sem derrubar nada. De vez em quando, ele tentava ajudar, mas a caçula apenas revirava os olhos e lhe dava um tapa (bem forte!) no braço em resposta.

Agora, ambos estão parados, finalmente com quatro malas em frente ao Expresso, e Aryan está segurando uma delas. A diferença entre ele e Sitara era incrivelmente cômica; enquanto ela prendia a respiração para evitar qualquer movimento brusco que pudesse derrubar as malas, Aryan segurava sua mala como se fosse nada. E ele havia trazido muitas roupas.

“Só porque você gosta daquele cara da Sonserina, não significa que ele vai se apaixonar pelo seu físico impressionante e sua teimosia em carregar três malas pesadas, Sita,” diz Aryan, dando uma última mordida no chocolate e terminando-o. Quando percebe a embalagem vazia, faz um biquinho, mas rapidamente sorri ao ver as portas do expresso se abrindo. “Ah, finalmente!”

Sitara suspira e fecha os olhos com força. “Você só fala isso porque todas as garotas são apaixonadas por você. Tem a Georgina, a Alexa, a Anne,” ela enumera nos dedos enquanto ainda carrega as malas e passam pela multidão de pessoas no corredor do expresso. “Todas essas meninas apaixonadas pelo seu jeito e você—ugh, você não dá atenção pra elas! Por que isso não acontece comigo?”

Aryan cantarola contente. Não é que ele seja tão ingênuo a ponto de não perceber as meninas tentando mostrar seu interesse por ele, e, claro, não é como se ele estivesse fazendo isso intencionalmente. É só que ele realmente não se sente confortável alimentando essas ilusões. Por isso, ele sempre (e educadamente) recusa qualquer demonstração de afeto, seja através de cartas ou presentes feitos por elas.

“Elas são realmente muito, bem, ummm, encantadoras. Mas não tenho motivo para querer que fiquem perto de mim quando não me sinto à vontade, entende? Podemos ser amigos, mas isso não significa que precisamos ficar tão próximos assim ao ponto de engolimos nossas bocas uma na outra.” Ele tenta explicar, mas logo percebe que sua irmã não está entendendo. Ela vira a cabeça lentamente e o encara como se ele fosse uma criatura mágica bem estranha. “O que?!”

“Você só pode estar brincando comigo, Arya. Não, não, não,” diz Sitara, enquanto eles entram em uma cabine vazia. Ela joga as malas sobre a mesa, se atira na cadeira e coloca as pernas em cima de uma mala. Apontando um dedo acusador para ele, Aryan sorri e dá de ombros, sentando-se à frente dela. “Como assim você não acha essas garotas gostosas o suficiente para querer beijá-las? Sério, homens são tão burros assim ou você ainda está envolvido em um relacionamento esquisito com aquela pessoa que te manda cartas anônimas?”

É, essa é uma história meio confusa, e quanto mais o tempo passa, mais Aryan percebe que é difícil de explicar para qualquer um que pergunte. No ano letivo anterior, ele ganhou o que parecia ser um admirador secreto. Até hoje ele não sabe quem é essa pessoa, mas todas as cartas são entregues por diferentes pessoas. Quando ele tenta perguntar sobre, ninguém o escuta e sempre sai correndo.

No entanto, as cartas não continham nada ofensivo ou ameaçador. Pelo contrário, eram realmente muito… bonitas. Algumas eram até poemas dedicados a ele, e se ele não fosse tão ruim em demonstrar afeto, poderia até dizer que se sentia lisonjeado por ser uma fonte de inspiração para essa pessoa.

“Não é esquisito, ok?” Aryan insiste. “Essa pessoa parece realmente gostar de mim como pessoa—e essa pessoa sempre fala o quão bonito eu tô, ou como eu sou muito bom em Herbologia…”

Sitara o observa atentamente, fazendo Aryan se sentir constrangido com os olhares que pareciam estar julgando-o. Talvez ele tenha exagerado em falar demais. “Você é outro esquisito,” ela diz, colocando a mão na testa e desviando o olhar para fora da janela. O expresso parecia estar finalmente começando a se mover. “Bem, pelo menos estamos avançando aqui, certo? Se essa pessoa fala sobre o quanto você é bom em Herbologia e parece inofensiva, pode ser que ela seja apenas tímida. Se fizermos uma rápida dedução, talvez seja isso. Ah, e ela definitivamente estuda com nós.”

Aryan balança a cabeça em concordância, sem dar muita importância aos detalhes sobre seu admirador secreto. Se sua irmã estava se comportando como uma investigadora profissional, quem era ele para intervir?

Às vezes, porém, ele se sentia um pouco curioso sobre essa pessoa. No início, a situação era tão irritante que ele começava a achar que estavam apenas zombando dele — talvez um amigo ou até um dos sonserinos com quem não se dava bem. Com o tempo, no entanto, ele passava a pensar mais sobre essa pessoa e se perguntava como ela seria. Geralmente, ele não conseguia imaginar um rosto definido; talvez por não saber o gênero ou simplesmente porque não tinha uma imaginação tão vívida para criar uma imagem completa.

No entanto, ele sai de seus pensamentos ao notar dois seres bastante esquisitos se aproximando de sua irmã. Esses seres eram azuis, com sorrisos largos que se estendiam de uma orelha à outra, e, para completar, seus olhos eram absurdamente grandes! "Sita, se eu fosse você— eu— eu não olharia para trás."

Mas já era tarde demais. Sitara se vira rapidamente, quase caindo da cadeira no processo, e grita quando as duas criaturas voam até o topo da sua cabeça, puxando suas bochechas e tufos de cabelo. “Porra, porra, porra! TIRA ISSO DE MIM, ARYAN!”

Aryan coloca um dedo na boca, puxando a pele do dedo enquanto pensa no que fazer. Ele não tem a rapidez de raciocínio de sua irmã e, frequentemente, suas decisões resultam em situações absurdamente ridículas. Quando finalmente sai do transe, ele tenta pegar as duas criaturas pelas mãos, mas elas são ágeis demais e mordem seu rosto antes de voar para longe. “SITARA, ELES ME MORDERAM! MERDA—”

Antes que Aryan pudesse se aproximar da irmã, mais seis dessas criaturas estranhas se lançam sobre ele, puxando-o pelas orelhas e o erguendo até o teto do vagão. "SITARAAAAAA, ELES VÃO ME MATAR!" ele grita, misturando risadas nervosas com gritos de dor e terror ao perceber a distância que o separa de sua irmã. Isso significava que essas criaturas poderiam fazer qualquer coisa com ele, e a situação só piorava ao pensar que ela era a única que poderia ajudá-lo, tornando tudo ainda mais apavorante.

“FAÇA ALGUMA COISA! EU NÃO QUERO MORR—” Aryan interrompe sua frase abruptamente quando um impacto forte atinge sua cabeça. Ele ouve alguns sons abafados e, em seguida, sua visão se turva enquanto sua cabeça colide com o chão duro da cabine. E, assim, ele desmaia. Ridículo, certo?

Aryan definitivamente não esperava que a irmã fosse lançar três malas pesadas na sua cabeça.

"Arya?" EU MATEI O MEU IRMÃO, NÃOOO—"
com sitara
no expresso de hogwarts
manhã


Última edição por Aryan Hosseini em Ter Ago 27, 2024 2:03 am, editado 2 vez(es)
Sitara Hosseini
Corvinal
S
Sitara não precisava ser uma especialista para perceber que estava em perigo. Nesse momento, tudo o que ela queria era quebrar a janela do expresso e pular dele em movimento para escapar daquelas criaturas. Foda-se se ela acabaria machucada no meio do caminho ou, pior, morreria; ela realmente queria escapar dali.

O que ela não esperava era conseguir pegar três malas (de onde veio toda aquela força?) e arremessá-las em direção às criaturas que haviam capturado seu irmão — mas, sendo desajeitada como é, acabou acertando o rosto do irmão não apenas uma, mas três vezes seguidas até ele cair fortemente no chão e desmaiar.

Sitara corre até ele, afastando as criaturas ao balançar as mãos freneticamente. Ela coloca um dedo em seu pescoço para verificar os batimentos cardíacos. Ao não sentir nada, o pânico toma conta dela, e, sem querer, acaba chutando o braço dele ao se aproximar mais.

“Arya? EU MATEI O MEU IRMÃO, NÃOOO—”

Agora, ela está ao lado do irmão, segurando seus braços e tentando arrastá-lo pela cabine em busca de alguém que possa ajudá-los, já que sua varinha não está com ela (ou melhor, ela nem sabe onde está). Não há muito que possa fazer além de procurar ajuda. No entanto, ela percebe que aquelas criaturas estão vindo em sua direção com toda a raiva possível — claro, ela conseguiu acertá-los com uma mala! Pelo menos isso! — e então, solta os braços do irmão para fugir deles, sem se importar se ele acordaria com alguns rabiscos no rosto ou com tufos de cabelo fora do lugar caso estivesse vivo.

"AJUDA!" ela grita, correndo desesperada, sem se preocupar se todos a ouviriam. Ela precisa de ajuda urgentemente e, se ninguém aparecer logo, ela está pronta para quebrar todas as janelas e pular.

Sitara corre até a porta e tenta abri-la, mas, por algum motivo, está emperrada. Desesperada, ela pega almofadas das cadeiras e poltronas e começa a bater nas criaturas, jogando algumas no meio do caminho. "Saiam, saiam, xô!" Ela resmunga, batendo com as almofadas em duas das criaturas, que emitem um barulho esganiçado. Ah, talvez ela tenha exagerado e machucado uma delas. Ops. "NÃO cheguem perto de mim!"

Mas é impossível não ser atacada por um deles — eles são tão rápidos e desgraçados que vão onde eles sabem que podem atingir ela: o seu lindo cabelo que demorou horas em um salão para ficar pronto. Merda! “Não, não, não. Eu já disse para ficarem longe de mim. Vocês não vão acabar com o meu cabelo! Não mesmo!”

Eles se aproximam, com aqueles olhos enormes que parecem prestes a devorá-la, e, como se soubessem exatamente o que estão fazendo, abrem sorrisos maléficos. Em pânico, ela cai sentada no chão e começa a se empurrar para trás até bater as costas na porta emperrada da cabine.

Não havia mais o que fazer. Ela teria que aceitar que seu cabelo seria destruído, suas roupas rasgadas, sua maquiagem borrada, e…

A porta se abre abruptamente, e ela cai para trás, acabando com o corpo debaixo das pernas de alguém que não consegue identificar, junto disso ela escuta um barulho que soa como "sneak!" e franze a sobrancelha em confusão.

É um cara com... um rato? Que diabos é isso?
com aryan • evento do expresso
Evan Azadritch
Lufa-Lufa
I'm on the outside of the greatest inside joke
O dia estava finalmente ali! Faltava poucas horas para que a jovem pudesse viver tranquilamente longe dos pais sem que a perturbação sobre o quadribol viesse a todo momento à tona. Ela já havia deixado claro que não era o tipo de esporte que gostava, muito menos tinha paciência para um jogo tão patético quanto. Não entendia o esporte e nem queria entender, pois quadribol sempre foi um trauma na sua vida e, com toda a certeza, na vida do irmão mais velho. Não podia dizer o mesmo do outro irmão mais velho, porque nem o conhecia. No entanto, ali estava preparada para embarcar no expresso para Hogwarts.

Os malões branco com amarelo era o charme que a garota levava consigo, sem contar o copo de café com leite que carregava nas mãos. Estava muito bem vestida, diferente dos demais alunos que pareciam estar indo para qualquer canto do mundo. Eles estavam indo para Hogwarts, sem supervisão dos pais e, mesmo tendo muitos professores, todos eles não davam conta de mais de mil alunos. Então porque diabos estavam parecendo estar num velório? Alguns chorando e se despedindo, enquanto outros faziam cena de que não queria ir sem os pais. Sei lá, vai entender!

Contudo, um rapaz chamou sua atenção. Durante um gole de sua bebida, notou a presença de um homem mais velho observando-a, deixando-a com calafrios pelo corpo. Porém, desviou o olhar quando alguém fizera um barulho por perto e, quando retornou a olhar, não tinha mais ninguém por ali. Era algo sinistro! E, ainda mais acontecendo consigo. Porém, deu de ombros e entregou os malões para serem guardados no compartimento necessário e, sem pensar duas vezes, adentrou ao expresso, procurando uma cabine para se sentar e esperar por Heather.

Não haviam cominado nada, mas certamente esperaria que a amiga viesse procurá-la, pelo menos era o que pensava. Não demorou muito para que o trem começasse a andar lentamente. E, ao ver que a amiga não estava por perto, achou melhor ir procurar no lugar que menos queria, o vagão da sonserina. Então lá foi ela! Carregando sua bebida, que ainda estava morninho, devido o uso da magia. A cabine da sonserina não era longe, portanto caminhou por alguns corredores e passou por algumas portas para chegar, dando de cara com um grupo de pessoas conversando. E, dentre essas pessoas estavam os dois irmãos de Heather… Hayes e…

Hunter! — Falou em tom alto, chamando pelo garoto e já revirando os olhos. — Você viu a Heather? — Nem mesmo deu muita atenção para o menino, uma vez que ele só sabia encher o saco, nada mais. Ainda mais fazendo piadinhas machistas e dando em cima de sua pessoa. Ele tinha muita coragem, porque sabia que era de pouca paciência. Então, em meio a uma dessas gracinhas, Evangeline não se aguentou. — É aqui que você quer? — Questionou colocando a mão na bochecha do garoto. — Então toma, idiota! — E, sem pensar duas vezes, deu um tapa no rosto do garoto que, segundos antes estava pedindo um beijo.

Porém, não contava que o trem ia fazer um movimento brusco, fazendo com que toda sua bebida caísse na mesa onde uma certa garota estava sentada. Não a conhecia, mas o traços asiáticos mostrava uma beleza diferente. — Me desculpa, por merlin! — Estava agitada e se sentia culpada pelo ocorrido. Com isso, Evan agiu rapidamente, pegando a menina pelo braço e saindo do vagão da sonserina, sem nem ao menos saber se era o que queria. — Venha, eu tenho uma blusa na cabine. Eu vou te dar pra você não ficar toda suja de café com leite. — Pediu, esperando que a jovem a seguisse.

Entretanto, tudo foi interrompido quando começaram a ouvir alguns gritos vindo das cabines e também pelo corredor. De longe, podia notar uma certa aglomeração se formando e, tão rapidamente identificou sobre o que se tratava. — Alguém soltou diabretes no vagão… — Falou para a menina que estava consigo. Nem mesmo sabia o nome da garota, mas teria que confiar que era uma boa pessoa, visto que estavam entrando em uma batalha. Só esperava que não fosse traída e levasse algum feitiço pelas costas, porque certamente seria um jogo sujo.

Os diabretes, aquelas pequenas criaturas travessas com asas finas e olhos vermelhos como brasas, estavam causando estragos, roubando doces e assustando os passageiros. Alguns dos diabretes pulavam de um lado para o outro, jogando pequenas faíscas de fogo. E, rapidamente, Evan retirou a varinha de dentro da bota e apontou para um grupo de diabretes que estava chegando perto. E, então balançou a varinha fazendo com que o feitiço de petrificação fosse contra as criaturas, acertando uma delas que caiu rapidamente no chão. Continuou a lançar os feitiços um a um para que aquelas criaturas não viesse para cima de si.

E, vendo que não conseguiria lidar com a horda de diabretes, pegou o braço da garota e correu para a cabine que ela tinha deixado suas coisas. Para sua sorte, estava vazia de pessoas, então fechou a porta rapidamente e colocou a trava de segurança. Viu todos aqueles diabretes passar pelo corredor, alguns tentavam abrir a porta, enquanto outros batiam os ombrinhos na janela, tentando quebrar. E também tinha aqueles que eram imobilizados pelos alunos mais velhos e também os professores. Aquela viagem tinha se tornado um verdadeiro caos, até que…

Atrás de você! Abaixa! — Gritou para a menina e lançou o feitiço de petrificação no diabrete.

Não demorou muito para que a criatura ficasse petrificada e caísse no chão, acreditando que todo o terror tinha acabado dentro da cabine, porém mais dois diabretes apareceram. A garota que estava consigo, tinha sido bem mais habilidosa do que a própria Evan já tinha sido, conseguindo derrubar as duas criaturinhas o mais depressa possível, sem que causasse nenhum dano dentro da cabine, ou pior, na sua bagagem de mão. Sendo assim, Evan destrancou a porta com todo o cuidado, visto que a confusão parecia ter passado, ou não estava mais presente naquela sessão dos lufanos.

E, sem pensar duas vezes, chutou os três monstrinhos para fora da cabine, deixando-os no corredor petrificados. Alguém certamente daria um jeito naqueles pestinhas, ainda mais porque fariam uma inspeção para ver o que tinha acontecido e se todo mundo estava bem. Com isso, Evan retornou para dentro da cabine e travou-a novamente. Oras, não deixaria aberta, porque nunca se sabe do que aquelas criaturas eram capazes. E, logo abriu sua bagagem de mão, tirando uma blusa verde clarinha, que combinava com os olhos da garota. — Aqui está! Aliás, me chamo Evangeline. — Falou rindo e se jogou no sofá.

Depois de muito tempo, no qual as duas ficaram conversando e se conhecendo melhor, finalmente o expresso havia chegado na estação de Hogsmeade. Infelizmente era ali que Evangeline e Elena iriam se separar por algumas horas, porque provavelmente se encontrariam novamente pelo grande salão, mesmo as duas sendo de casas diferentes. Porém, não importavam as casas que cada uma estava, mas a amizade que já tinham construído com pouco tempo de contato, ainda mais quando tiveram que duelar por suas vidas, mesmo sendo contra diabretes.
Cecil Niccals Clark
Corpo Docente
cepheus
remember me, love, when i'm reborn as the shrike to your sharp and glorious thorn
no vagão dos texugoscom ricky, o rato e alunos!
Ah, o agradável som do expresso finalmente chegando à estação. O burburinho da multidão, algumas pessoas conversando com amigos, colegas se despedindo de suas famílias, e alunos que antes pareciam felizes agora começando a ficar nervosos com a quantidade de malas que teriam que carregar até a escola onde ficariam por meses.

Cecil está feliz por estar de volta ao lugar de onde nunca deveria ter saído. Mesmo que ele não sinta as mesmas emoções que as outras pessoas quando estão cercadas por seus amores ou conhecidos, ele ainda se sente contente por estar dando um passo à frente em direção ao seu sonho: lecionar novamente.

Ele pega sua única mala, coloca seu doce e pequeno rato dentro dela e, quando as portas do expresso se abrem, ele entra, radiante. Isso é bem diferente do que ele sentia há alguns meses; ele acabara de sair de um período na prisão — onde, bem, ele atropelou uma senhora com sua moto e quase a matou, mas enfim — e por isso não pôde mais dar aulas. É verdade que alguns colegas de cela pareciam bastante interessados no que ele propunha, mas ainda assim, não se comparava a ter uma grande turma de alunos.

Enquanto pensa, seus olhos se dirigem para suas roupas largas e folgadas. Ele não teve tempo de comprar roupas novas, na verdade. Devido a isso e ao período que passou meses preso em uma cela suja e solitária, Cecil acabou perdendo bastante peso. Agora, suas calças são tão largas que quase tocam o chão e seu sobretudo está tão solto em seus braços que parece pertencer a outra pessoa.

Cecil dá de ombros. Pelo menos ele ainda usava o brinco de argola. Isso ele deveria agradecer pessoalmente ao seu colega de cela Veritas, um tatuador e body piercer excepcional. Ele sempre se achou um cara meio excêntrico, mas hoje ele parecia particularmente elegante com aquele brinco de argola. Talvez, no futuro, ele pudesse pensar em fazer uma grande tatuagem no pescoço... ou talvez na coxa! Ah, as mulheres gostam disso, não gostam?

Ele ri sozinho com esses pensamentos e entra na cabine particular dos funcionários da escola. A caminhada até ali foi breve, passando por diversos alunos e funcionários do expresso, mas finalmente ele chegou. Cecil coloca a mala com cuidado sobre uma cadeira vazia e senta-se ao lado dela, deslizando o sobretudo para trás.

Talvez ele pudesse comprar alguns doces de abóbora. Ou quem sabe conversar com os colegas. No entanto, ninguém ali parecia particularmente interessante; todos aparentavam estar extremamente entediados e cansados. Ugh. “Chatos”, ele coloca o braço apoiado em uma perna e aperta o rosto contra a palma da mão, bufando. Incrivelmente ele fica entediado como os seus colegas. Talvez aquele ambiente fosse muito carregado.



Ele sente falta do irmão, que provavelmente está em uma das cabines das casas, mas a preguiça de procurá-lo é maior. Além disso, ele não se lembra exatamente em qual casa o irmão está – a última vez que viu o irmão mais novo (e adotivo, um detalhe importante e ao mesmo tempo não tão importante assim), Michael, foi quando ele estava entrando em Hogwarts. Claro, ele trocava cartas com a família de vez em quando, comentando sobre o dia a dia e sua incansável rotina como professor de Poções, mas não era a mesma coisa que falar pessoalmente, cara a cara com eles.

Além disso, hum, sua mãe estava muito zangada com ele por quase ter atropelado aquela (maldita) senhora, então a comunicação com a família não estava fácil.

Seus pensamentos são interrompidos por uma movimentação inesperada na cabine, com professores e outros funcionários sacando suas varinhas de repente. Haveria algum evento importante no expresso que ele não sabia? Cecil tenta se lembrar da carta do diretor, mas nada lhe vem à mente. Até que um homem com olhos esbugalhados e roupas duvidosas (talvez ele devesse reconsiderar seu próprio estilo mais tarde) diz para se preparar, fazendo Cecil erguer uma sobrancelha em confusão.

"Hã?" Cecil passa o polegar pela orelha, puxando-a. Ele era meio lento para perceber as coisas, então não está entendendo nada do que o homem está tentando lhe dizer. "Me preparar? Vamos assustar os alunos, é isso? Se for isso, eu tô dentro, mas se não for, quero ficar fora dessa."

O homem tira os óculos impaciente. “Não! Nós temos que ajudar os alunos! Estamos… estamos sofrendo um ataque.”

Cecil se sente como se estivesse em um daqueles filmes trouxas de guerra, antigos e com a imagem toda borrada. Ao fundo de sua mente há um barulho familiar de uma explosão e ele engole seco. “Ataque? O Magnus não me contratou para… isso! Eu sabia que não dava pra confiar naquele velho caduco.”

"Eu sei," o homem suspira.

Cecil levanta da cadeira e saca a varinha de dentro da mala. Ricky, seu ratinho, escapa, mas Cecil é rápido e fecha a mão entre ele, colocando o rechonchudo em seu ombro. Ele tinha vidas para salvar.

Os professores instruem uns aos outros a entrar em todas as cabines e ajudar os alunos. Cecil, sem dar muita atenção, sai da cabine dos funcionários, e vai a qualquer cabine que encontrasse pelo caminho.

Ele vê uma cabine trancada, cercada por alguns elfos da bavária, enquanto outros causam confusão no corredor, derrubando objetos no chão e dando algumas risadas diabólicas. Bom, de qualquer jeito um feitiço de congelamento era essencial para pará-los. Ele deveria agradecer especialmente a sua antiga professora por tê-la ensinado isso.

"Glacius!" Um feixe de ar gelado sai da ponta da varinha, congelando todos instantaneamente. "Porra, vocês são realmente insuportáveis, não são?" Ele se aproxima da porta e observa os elfos congelados, que movem apenas os olhos assustados na sua direção.

"Talvez eu possa levá-los para a minha sala. Quem sabe vocês não se tornam úteis para as minhas poções? Hm. Boa ideia, Cecil!" Ele murmura para si mesmo. Felizmente, não havia mais ninguém por perto para notar o quão ridículo ele parecia.

Ele balança a cabeça, percebendo que está se distraindo, e dá um suspiro. “Mais tarde talvez eu leve vocês comigo. Agora tenho um trabalho a fazer, com licença!” Cecil passa por eles e tenta abrir a porta, mas ela não se move. Pela pequena janela da porta, ele vê uma menina gritando e um menino desmaiado atrás dela.

Ah, os alunos se metendo em encrenca. Hehe, engraçado.

Quem quer que tenha trancado a porta com algum feitiço não esperava que ele usasse Alohomora. Ou talvez esperavam, já que é o feitiço mais óbvio para resolver esse tipo de situação. Enfim, pouco importa.

Quando ele consegue abrir a porta, a menina que estava bem na frente dela acaba caindo no chão, bem debaixo de suas pernas. Cecil não perde tempo e avança para os elfos, congelando-os também. Todos vão caindo um a um no chão, e ele ri, enxugando o suor do rosto.

“Ah, mais um trabalho bem feito do mestre Cecil!” Ele faz um gesto exagerado de comemoração e ri, colocando as mãos na cintura. Mas logo ele ouve a menina atrás fazendo um som de garganta, chamando sua atenção. Ele então se dá conta de que ainda há duas pessoas ali com ele. “O que foi?”

Ele a encara, e ela retribui o olhar. “Você… você nos salvou”, diz a menina, com o cabelo bagunçado (e um tanto mordido) e as roupas um pouco rasgadas, com a cabeça baixa. “Como posso agradecer?”

Agradecer? “Hã? Não quero nada. Sou professor de vocês, isso faz parte do meu trabalho,” ele coloca a varinha de volta no bolso do sobretudo e se acomoda em uma das cadeiras. “Bom, é o que dizem durante o treinamento de professores. Dizem que devemos priorizar a proteção dos alunos antes de cuidar de nós mesmos. Uma grande besteira, na minha opinião, mas eu gosto de poções e—”

Antes que ele pudesse continuar, a menina desaba no chão e começa a… dormir? “Que estranho. Bem, estarei aqui se precisarem de mim,” ele se levanta da cadeira e sai da cabine, tomando cuidado para não pisar na menina. Na verdade, ele estava com muita fome e queria fazer um rango.
Olivia Montclaire
Lufa-Lufa

I WAS ENCHANTED TO MEET YOU
Ela estava mais do que animada para retornar a Hogwarts após um ano de intercâmbio em outra escola. Despediu-se dos tios na Plataforma 9 ¾, prometendo enviar cartas semanalmente. Com uma pequena mochila nas costas, ela segurava firmemente a caixa de transporte preta onde seu gato caolho, Mr. Darcy, descansava tranquilo. Voltar a estudar e ocupar a mente era essencial para a lufana, que havia passado por algo realmente traumático durante as férias. Sentia arrepios ao lembrar dos olhos azuis abertos, sem vida, de alguém que outrora fora algoz de seus piores pesadelos. — Esqueça isso. — Murmurou para si mesma indo em direção ao vagão dos texugos, contente em rever as poucas amigas que tinha também.

Antes que pudesse analisar alguma cabine vazia ou com poucas pessoas para que pudesse se acomodar sentiu uma mão em seu ombro, tendo um sobressalto. — Chase. — Cumprimentou com um sorriso forçado. O loiro era lufano e estava no quinto ano, haviam estudado juntos algumas vezes, mas ele não pareceu entender que Olivia não estava interessada. O outro falava com um tom provocativo, comentando algo sobre sentir falta dela e coisas do tipo, era frustrante. — Hm, bom, boa viagem! — Decidiu cortar o assunto para que pudesse ir em busca de alguma cabine bem longe dele. Para infelicidade da surfista o outro parecia muito interessado em despejar seus comentários, o que acabou chamando a atenção de alguns. Atrás dele, é claro, alguns amigos incentivaram-no.

Montclaire ponderou se deveria jogar Mr. Darcy no rosto do garoto para arranhá-lo, detestava que a encurralassem assim. Já pensava em dar um chute no meio das pernas do garoto quando uma presença a desnorteou completamente. Aquele perfume ela conhecia bem, assim como a voz e presença imponente. O showzinho acabou, Chase e os demais saíram dali e foram enfim para suas cabines. A loira, por sua vez, ficou tão surpresa que só se moveu para  por a caixinha de transportes no chão, sentia as pernas bambas e sequer sabia o que falar. Céus! Não imaginava que iria revê-lo e tão rápido, o que Dante fazia em Hogwarts? Mil questões inundavam a consciência da garota que lembrava muito bem da antiga interação entre eles e sentia-se verdadeiramente envergonhada pelo que fez, mas tinha suas razões!

Antes que pudesse verbalizar qualquer coisa, o expresso iniciou sua viagem e, já com as pernas bambas, desequilibrar-se foi apenas o óbvio para ela. Braços firmes a seguraram, salvando-a de uma iminente queda. Sorriu, nervosa e agradecida e colocou-se de pé, dessa vez mais firme. Suspirou, não tinha como fugir daquilo, né? — Claro. — Respondeu, ainda tensa. Entraram na cabine e Olivia colocou o gato no banco, felizmente o felino dormia, alheio ao que acontecia com sua dona. Sentou-se de frente a Dante e respirou fundo, mal sabia como começar. — Bom, lhe devo desculpas. — Iniciou, incerta de como poderia explicar aquela situação? Não sabia como qualquer um reagiria a aquilo. Sentiu algo puxando seu cabelo e ouviu uma risadinha diabólica quebrar o silêncio. Sequer pode continuar a falar e a gritaria ecoou pelo expresso, diabretes da cornualha começavam a causar um caos total! Dois tentavam levar a caixa de Mr Darcy! — Immobulus! — Bradou, apontando a varinha para aquelas criaturinhas azuis. Infelizmente, eram muitas! Estava um verdadeiro pandemônio.

com Dante Krauczuk


Simon Elijah Dupont
Lufa-Lufa
Oxytocin running in the ether, Subatomic interactions if it’s all good
Nobody
vagão dos texugos
A empolgação fazia parte do semblante de Simon naquele dia. Tanto que foi um dos primeiros a embarcar no expresso. Encontrou logo um compartimento vazio no vagão da Lufa-Lufa e se acomodou, colocando sua bagagem de mão no espaço acima e se sentando ao lado da janela. Não demorou muito para que todas as cabines ficassem cheias e o apito soasse, dando início a mais um retorno a Hogwarts.

A paisagem do campo passava rápido do lado de fora, e Simon distraiu-se por um bom tempo olhando para além do vidro. Quando cansou, puxou de sua mochila um livro sobre criaturas mágicas e começou a ler, ficando completamente concentrado nas páginas. De repente, um barulho estridente ecoou pelo corredor do trem, quase como se fosse uma nuvem de… Diabretes da Cornualha? Simon levantou a cabeça, preocupado. O som estava ficando mais alto, e logo ele viu uma horda deles invadindo o compartimento onde estava sentado com mais 3 colegas.

A partir dali foi um completo caos. Os diabretes eram pequenos, azuis e extremamente endiabrados. Eles puxavam os cabelos das meninas, rasgavam as folhas dos livros e gritavam nas orelhas dos desavisados de plantão. Simon se levantou num pulo só, tentando pensar em uma maneira de lidar com a situação. Não que fosse excelente em feitiços ou Defesa Contra as Artes das Trevas, mas sabia alguns poucos truques que poderiam lhe ajudar.

Petrificus Totalus! — Simon apontou sua varinha para um diabrete específico que estava rasgando seu livro todinho, e ainda jogando as páginas para todos os lados. Isso deu jeito naquele pestinha, mas os pequenos demônios eram persistentes e de repente tinha mais três dentro da cabine.

Qual era aquele outro feitiço mesmo? Ele lembrou-se de que diabretes eram vulneráveis a encantamentos de contenção. Meio incerto, ele ergueu a varinha novamente. Immobilus! — Exclamou, e um feitiço paralisante atingiu um dos diabretes, que caiu no chão, rígido como uma estátua, assim como o amigo dele. Ele repetiu o feitiço, paralisando mais um diabrete que tentava adentrar a cabine, e os colegas se encarregaram de dar cabo dos dois que estavam sobrevoando por ali.

No meio disso tudo, ainda tinha gente passando correndo pelos corredores, gritos com pedidos de ajuda... Ah, foi um Deus nos acuda só!

Simon não se atreveu a sair da cabine. Pelo contrário, como bom medroso, assim que os diabretes de dentro da cabine foram imobilizados, ele tratou de empurrá-los com o pé para fora e fechar a portinha, certificando-se de trancar dessa vez. — Ninguém sai daqui. — Ele disse, mantendo o próprio corpo contra a porta e tentando segurar a respiração ofegante.

Finalmente, os professores que acompanhavam a viagem chegaram e deram conta do restante da situação. Simon e seus colegas observavam tudo através do vidro, já que ninguém foi contra o pedido dele para que permanecessem dentro da cabine. Quando tudo passou, Simon se sentou, ainda ofegante. — Já posso considerar que eu passei direto em Defesa Contra as Artes das Trevas? — Comentou, meio rindo e meio desesperado. Guardou a varinha e passou o resto da viagem tentando desamassar as páginas do seu querido livro.
Cassandra Viturino
Lufa-Lufa
Confusão no expresso Hogwarts
Vagão da Lufa-lufa
O expresso para Hogwarts já estava apitando indicando que iria partir, mas Cassandra e o irmão ainda estavam do lado de fora se despedindo da mãe, que sempre derramava algumas lágrimas durante a partida dos filhos para a escola. Cassandra entendia como a mãe se sentia, ela mesma já havia chorado outras vezes antes de partir, e por isso tentava acalmar a mãe da melhor maneira possível. No entanto, se ela não entrasse agora na locomotiva, acabaria ficando para trás. Deu um último abraço na mãe e então pegou suas malas e entrou.

Cassie estava triste por deixar a mãe, mas também estava feliz por estar retornando para Hogwarts, pois também estava com saudades de alguns amigos que não viu durante as férias. Este já seria o seu quarto ano frequentando o castelo, mas a escola parecia nunca perder a sua magia. Cassie sempre se sentia empolgada e encantada quando estava lá, pois nunca sabia o que estaria por vir. Deixando as emoções de lado, a bruxa deu um até logo para o irmão que iria para o vagão dos corvos e partiu em direção do seu.

Entrar no vagão e se acomodar era um momento bastante conturbado, já que todos os alunos estavam fazendo aquilo também. Cassie tentou ao máximo não derrubar uma das malas que carregava ou esbarrar em alguém, mas uma tentativa frustrada tendo em vista que os outros estudantes não estavam tendo o mesmo cuidado que ela e por isso acabou demorando um pouco até achar uma cabine para se acomodar. Conseguiu achar uma que estava vazia, adentrando-a sem pensar duas vezes. Se conseguisse permanecer só, aproveitaria para tirar um cochilo, pois havia acordado cedo e estava um pouco cansada.

Ao se sentar tirou um pequeno saco com moedas de sua mala, pretendia comprar alguns doces. Pensou em comprar alguns feijãozinhos mágicos, que apesar da chance de ter algum sabor meleca ou coisa pior, estava com vontade de arriscar. Pensou em como Yennefer adoraria aquilo e sentiu falta da amiga. Ela estava em outro vagão pois pertenciam a casas diferentes. - Essa restrição de vagões é mesmo uma droga. - Resmungou baixinho para si mesma enquanto observava a paisagem pela janela.

Tudo parecia estar calmo, a loira até pensou que realmente poderia dormir um pouco durante a viagem, até que de repente Cassie escuta alguns gritos e outros barulhos como se algumas coisas estivessem sendo jogadas. Primeiro ela se assustou, pois não estava esperando por todo aquele barulho, e depois ela se espantou quando abriu a cabine e viu o lugar infestado por diabretes. Imediatamente ela sacou sua varinha de modo instintivo. - Pelas barbas de Merlin! O que essas criaturinhas estão fazendo aqui?! - Olhava ainda incrédula de um lado para o outro, com uma esperança de que magicamente uma resposta seria dada a sua pergunta.

Professores e alunos corriam de um lado para o outro na tentativa de capturar os danadinhos. Alguns lançavam feitiços, enquanto outros tentavam segurar as criaturas com as mãos. Percebendo que não havia outra opção, Cassandra se junta aos outros na tentativa de capturar alguns diabretes também. A situação estava caótica e era um pouco difícil se concentrar em um alvo já que os diabretes não paravam nem por um segundo, mas Cassandra não se deixou abalar e lançou o primeiro feitiço que conseguiu lembrar.

-Levicorpus! - Lançou o feitiço contra uma criatura que puxava os cabelos de uma garota, que pela aparência e desespero que demonstrava devia ser uma primeiranista. - Tente se esconder dentro de uma cabine, rápido! - Bradou para a garota que saiu correndo. Sem mais demoras, conseguiu pendurar mais alguns diabretes com o feitiço, mas parecia não ter fim. Ao mesmo tempo que buscava lançar os pequenos demônios azuis com alguns feitiços, tentava se certificar que aqueles ao seu redor não precisavam de ajuda, afinal nem todos conseguiam agir sobre pressão.

- Isso não vai ter fim nunca? - Começava a soar um pouco desesperada, mas antes que mais alguém pudesse compartilhar de suas suas lamentações, sentiu uma das criaturas pulando em cima dela quase a fazendo derrubar sua varinha- Sai daqui bicho feio! - Sacudiu o braço violentamente no intuito de derrubá-lo. Sua ação foi exitosa, conseguindo tirá-lo de cima de si. - Immobilus! - Conjurou, logo o imobilizando.

Depois de mais algum tempo, a confusão finalmente parecia ter chegado ao fim. Os professores pediam para que os alunos se acalmassem e voltassem para seus respectivos vagões e cabines. Cassandra estava exausta, os pestinhas haviam feito uma grande bagunça, mas tudo parecia ter terminado bem. Ao que parece, alguns alunos apresentavam alguns machucados, mas nada que talvez um episkey não resolvesse. Cassie por fim voltou à cabine onde deixou suas coisas, onde se jogou no assento para enfim descansar um pouco.
Dante Krauczuk
Sonserina
Think of all the luck you got
Dante achava adorável a postura formal de Olivia. Parecia envergonhada, um misto de arrependimento, provavelmente com o que aconteceu da última vez que se viram, mas mesmo assim, não ousou interrompê-la. Não, na verdade se manteve quieto, acomodado a sua frente, já dentro do vagão. O interessante - e eu digo isso com tamanha ironia -, era que SEMPRE, sempre que decidiam colocar os assuntos em jogo, alguma coisa divina parecia disposta a interromper. E não foi diferente, Diabretes da Cornualha! Puta merda.

"Só pode ser brincadeira" Dante diz levantando-se em um rápido reflexo. Os demônios encapetados tentavam furtar o gato de Olivia, sabe-se lá o que fariam, talvez o pendurasse fora do trem. O próprio nome já entregava a natureza da coisa: diabretes. Eram tantos! Pareciam entretidos com a gaiola, os fios dourados de Olivia que cheirava a flores e… concentração, Dante! Concentração!

O sonserino saca a varinha por entre as vestes e sabendo que eles eram peritos em roubar objetos como estes, rapidamente profere o feitiço Petrificus Totalus. Assim eles se manteriam devidamente estáticos, sem nenhuma chance de que causassem confusão novamente. Até mesmo segurou a gaiola de Mr. Darcy quando viu que ela despencaria, pondo-a no colo de Olivia. Nesse instante, um tumulto se forma do lado de fora e um professor, cujo ele nem mesmo conhecia, enfia a cabeça para dentro do vagão. Ah, claro, Zimmermann. O novo docente alemão, não é? Ouviu falar dele. As meninas do sexto e sétimo ano tinham um tipo de amor platônico por ele, ou uma daquelas paixonites esquisitas, da mesma forma que penduravam posters do Al Pacino em cima da cabeceira.

"Suponho que esteja tudo bem por aqui." Ele fala com um sotaque carregado. Talvez não fosse acostumado a falar inglês, hm… mas a questão é: um boca de sacola acabou entregando a maracutaia de Dante quando os burburinhos de que ele pertencia a outra casa soaram pelos ouvidos de Zimmermann. O docente não parecia bravo, na verdade apenas endireitou a postura, moveu-se para dar passagem ao ucraniano e disse "Vamos." E aquilo foi o necessário. Dante suspira - quis xingar todos e todas -, aproximando-se de Olivia, depositando um beijo demorado em sua bochecha esquerda. Enquanto isso, ele sussurra em seu ouvido. "Nos vemos depois. Não vou te perder de vista." Ele aproveita para gravar o cheiro dela na mente.

Em seguida o rapaz se retira da cabine, acompanhado pelo docente, certificando-se de que ela já estava bem ao fazerem a retirada dos diabretes.
with olivia montclaire • encerrado

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